23 maio 2006

Beijo (Cristina Miranda)


O vento Estendeu os braços
Deixou-os cair
Em abraços
Chegou a mim
E abrindo as mãos
Pediu que lhe fizesse um afago

Pousei-lhe um beijo
Nas palmas das mãos
E ele
Exalando frescura
Fechou os olhos
E mesmo sabendo
Que nunca seria dele
O beijo que então pousei
Por ser tão doce
Encostou-o à face

Hoje apreciei aromas suaves!

Um vento encantou-se
Com um beijo que dei
Que pousei nas mãos
Que eu queria
Que desejara
Não serem dele

Do vento...

20 maio 2006

14 maio 2006

Kaguya Hime - A Princesa da Lua

(Acrílico sobre tela - José Lourenço 2002)

UM CASAL DE VELHINHOS morava bem ao fundo de um bambuzal... Eles não tinham filhos e viviam modestamente fazendo cestos e caixotes de taquara. Certo dia, quando o velhinho cortava bambus, viu que um deles brilhava muito pela raiz. "Mas o que será isso?" Curioso, o velhinho cortou o bambu com o machado. Dentro do bambu, uma linda menininha! Ela era tão pequenina que cabia na palma da mão. O velhinho levou a menina para casa e mostrou para a mulher: "Foi Deus quem nos enviou!" A velhinha também ficou muito feliz e disse:

- Vamos chamá-la de Kaguya Hime!

Depois desse dia, o velhinho começou a encontrar outros bambus brilhando. E, de dentro, saíam muitas moedas de ouro. Só havia uma explicação: era a menina quem lhes trazia tanta sorte.

Kaguya Hime cresceu rápido. Depois de três meses, ela se transformou em uma bela moça, tão bela quanto um raio de luar. Logo a beleza da jovem começou a ser comentada pela região. Muitas pessoas vinham só para vê-la e formava-se uma longa fila em frente a casa. Pretendentes também não paravam de chegar: alguns vinham de muito longe, outros eram pessoas importantes. Mas ela... Ela não queria se casar com ninguém!

No entanto, cinco dos pretendentes vinham todos os dias, sempre com pedidos de casamento. Kaguya Hime então disse "Se algum de vocês conseguir trazer os objetos que eu pedir, então me casarei com essa pessoa: um vaso de pedra dos deuses que nunca se quebra, o galho de uma árvore de pedras vermelhas, um manto de pele de animal que não se queima no fogo." Os objetos que Kaguya Hime pediu eram todos impossíveis de serem conseguidos. Os pretendentes tentaram falsificá-los, mas todos foram desmascarados.

Um dia, o próprio príncipe chegou à casa de Kaguya Hime: - Sua beleza é ainda maior que sua fama. - e ele pediu - Gostaria muito que se casasse comigo.

Mas a moça respondeu: "Eu não posso me casar com ninguém." O príncipe respeitando a sua vontade, voltou triste para o seu palácio.

As cores do Outono tingia o céu... Kaguya Hime começou a olhar para a lua, com grande tristeza... uma tristeza que ia aumentando a cada dia. Os pais ficaram muito preocupados e, então, perguntaram:

- Por que você fica olhando a lua, assim tão triste?

- Estou triste porque logo preciso ir embora. Na verdade vim de muito longe. Sou uma princesa do reino da lua e, na próxima cheia, virão me buscar.

Os velhinhos ficaram muito assustados: como se separar de uma filha tão querida?

Chegou a temida noite de lua cheia. Os velhinhos pediram ajuda ao príncipe que enviou um batalhão de mil homens para impedir que alguém se aproximasse da casa. A princesa foi levada para o quarto dos fundos e os velhinhos aguardaram ao lado da jovem.

De repente, a lua começou a brilhar, brilhar, brilhar cada vez mais forte. "Preparem os arcos!" - gritou o chefe da Guarda! Cegos com a luz da lua, ninguém pôde ver a chuva de pétalas que caía, nem a grande comitiva que descia, montada em nuvens, trazendo uma carruagem dourada... Quando todos puderam abrir os olhos, a comitiva já ia alta, levando embora a princesa.

CONTAM AINDA que Kaguya Hime deixou para os pais uma poção mágica de vida eterna. Mas sem a filha querida, os velhinhos não quiseram viver eternamente. Então, queimaram a poção na montanha mais alta e, até hoje, um fio de fumaça bem branquinha continua subindo ao céu, ou talvez, até a lua... essa montanha é o Monte Fuji.

13 maio 2006

Os Nós e os Laços

Não fosse a vida feita de retalhos, de nada serviriam nós e laços.
De entre os que se atam e desatam, há que evitar os cegos... Ou não... Resta-nos sempre o livre arbritrio, o direito à opção.

Mas como uma das melhores formas de pensar o mundo em que vivemos é tentar vê-lo através dos olhos dos outros, aqui te deixamos um livro que da vida é uma boa interpretação.

Um livro, tal como a vida, relepto de intensidade, complexidade, dor e prazer...




Votos de uma boa leitura!